26 de maio de 2007

( Sem Título )

Mil elementos poéticos me ocorrem agora, repito todos, em diversas ordens desordenadas, em minha mente. Permito-me até riscar algumas palavras à lápis que podiam simplesmente ser apagadas. Em letra garranchada, com um sorriso no rosto e uma estranha felicidade interna, procuro um jeito de organizar tais desorganizados elementos. Olhar... carros... olhares diferentes... diferentes situações... músicas... Voltam-me a memória agora falas de uma peça de teatro que, por puro capricho de minha imaginação finjo ser da memória de uma famosa e consagrada atriz/escritora. Me dá vontade de descrever tudo com descrições soltas - Ria das mulheres feias e aflitas, pelas bexigas cheias e pelas mariposas de varios tamanhos. Sorria ao ouvir os comentários aflitos que faziam entre elas, como que alheia a tudo aquilo. Até que ouvi um comentário sobre a barata, meu sorriso tomou ares de um sorriso mecânico e nervoso, amarelo mesmo, ares que passaram logo. Ao me olhar no espelho , quando a fila já andara, vi uma que não era eu, era um eu estranho, não sei por quê. - Tomam-me a mente mil descrições dos olhares daquelas mulheres feias, que, se olhadas mais rigorosamente tinham sua própria beleza, peculiar exótica e feia. Voltam-me a cabeça mil risadas dadas ao longo do feriado prolongado. Minha vontade de escrever tudo vai cessando junto à dor abdominal causada pelas risadas vindas da memória. Paro de escrever assim, como comecei, sem mais nem menos. Num ponto gráfico na folha pautada.

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