26 de maio de 2007

Desabafo

Amor,
não sei se ainda posso te chamar assim mas tenho coisas a lhe dizer. Não quero deixar nosso trato de lado e parar de lhe contar a verdade, então, devo lhe confessar que estive pensando em você. Peguei-me ouvindo aquela nossa música e escrevendo, quase que automaticamente, num desenho, "saudade". Foi bom eu ter me desprendido de você mas, ao mesmo tempo, o que eu mais queria era estar junto à você e com você só pra mim. Porque, mesmo com todos os outros, você sempre foi o principal, o primeiro. Eu deixara os outros na palma de minha mão, mas você, que eu não conseguia fazer apaixonar, me tinha nas mãos, nos ombros, no pescoço, nas pernas e nos cabelos. Se estalasse os dedos eu ia correndo mas, - como diria Lisbela - coroada como uma rainha. Sinto que tua boca nunca foi minha, você nunca foi meu de verdade. Era naqueles momentos rápidos, intensos e excitantes, maravilhosos, devo dizer. Parece que fui só uma aventura que acabou, você simplesmente se cansou do brinquedo que não era mais novidade.
Eu queria ouvir isso da tua boca, queria que você me machucasse de verdade para eu ver que estou certa, e quebrar o CD, rasgar as cartas e apagar os e-mails.
Vem, me fala a verdade que meu coração precisa de uma dor definitiva, não essa tortura que me consome, pouco a pouco. Preciso matar essa esperança e passar a borracha na memória. Vem! Me diz toda tua verdade!

Um murro na cara ,
da que um dia foi Tua.


' Pós-fácio ': Escrita em 15 minutos, sem quase nenhuma edição. Uma palavra aqui ou alí foram colocadas ou melhoradas, mas a essencia vem de dentro. Ela é como uma recaida de uma gripe, uma doença salgada à lágrimas. Recaida do vício de uma droga muito forte, muito forte.

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